Banco de Moçambique mantém taxa de juro de política monetária


O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunido esta quinta-feira, em Maputo, decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 12,75%.

Decidiu, igualmente, manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC), em 9,75% e 15,75%, respectivamente, bem assim os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 13,0% e 36,0%, respectivamente.

A decisão de manter a taxa MIMO continua a ser sustentada pela prevalência de elevados riscos e incertezas que, a se materializarem, poderão reverter o perfil actual de inflação baixa. A nível interno, destacam-se o agravamento da instabilidade militar nas zonas norte e centro do país e a maior probabilidade de ocorrência de choques climatéricos. A nível externo, persiste a tensão comercial e geopolítica com implicações negativas sobre o volume do comércio global e dinâmica dos preços das mercadorias.

As projecções para o médio prazo continuam a indicar uma inflação baixa, não obstante o recente aumento de preços. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, em Novembro, a inflação anual de Moçambique foi de 2,58%, após 2,01% em Setembro. Para o médio prazo, perspectiva-se a continuidade de uma inflação baixa.

Quanto à actividade económica, mantêm-se as previsões de recuperação em 2020, ainda assim, abaixo do seu potencial. Segundo o INE, o Produto Interno Bruto continuou a abrandar, fixando-se em 2,0%, no terceiro trimestre de 2019. Entretanto, perspectiva-se que melhore a partir de 2020, suportado pela (i) reconstrução pós ciclones, (ii) liquidação, por parte do Estado, das dívidas com os fornecedores de bens e serviços e (iii) implementação dos projectos relacionados com a exploração de gás.

As reservas internacionais do país continuam em níveis confortáveis. Na primeira semana de Dezembro, as reservas internacionais brutas situaram-se em USD 3.661 milhões, suficientes para cobrir mais de 6 meses de importações, excluindo os grandes projectos.

A dívida pública interna diminuiu ligeiramente. Desde o último CPMO, a dívida pública interna, contraída com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique, reduziu de 140.610 para 140.073 milhões de Meticais, reflectindo a amortização de Obrigações de Tesouro em cerca de 567 milhões de Meticais. Os montantes acima não tomam em consideração outros valores da dívida pública interna, tais como contratos de mútuo e de locação financeira, assim como responsabilidades em mora.

Em face da sua avaliação sobre o futuro, mantém-se a preocupação do CPMO quanto à evolução dos riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação. Deste modo, o CPMO continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os factores de risco, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias antes da sua próxima reunião ordinária, agendada para o dia 27 de Fevereiro de 2020. (RM)

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