"Combater a corrupção deve ser uma cultura de todos e cada um tem de assumir a sua tarefa, não pode ser uma luta feita por campanhas", defende o Presidente da República


"Combater a corrupção deve ser uma cultura de todos e cada um tem de assumir a sua tarefa, não pode ser uma luta feita por campanhas", declarou Filipe Nyusi, falando no Fórum Económico e Social de Moçambique (Mozefo), organizado pela fundação Soico, que se realiza hoje e quinta-feira em Maputo.

Para o chefe de Estado, não há pequena nem grande corrupção, porque ambas as dimensões são lesivas para a população.

"O que se considera pequena corrupção fere mais o camponês, o camponês sente os danos dessa prática", frisou.

Além de prejudicar a população em geral, a corrupção mina o ambiente de negócios e afasta os investimentos, assinalou o Presidente.

Tal como o combate à corrupção, continuou, a estabilidade política também é fundamental para que o país caminhe rumo ao desenvolvimento.

"Temos que procurar as soluções para a permanente instabilidade em que Moçambique vive, todos temos de viver dentro das regras e padrões internacionais, esse compromisso com a paz é básico", referiu Filipe Nyusi.

Nessa perspetiva, prosseguiu, é importante o diálogo permanente e a tolerância.

Todos são ingredientes do desenvolvimento, referiu o chefe de Estado, defendendo nessa ótica a diversificação da economia para evitar a dependência em relação aos recursos.

"Fala-se muito do gás, mas temos áreas com muito maior potencial para a criação de mais emprego e renda para a nossa população", defendeu o Presidente.

Nesse sentido, as autoridades apostam na atração de mais investimento privado para outras áreas da economia.

Filipe Nyusi assinalou a aposta do seu Governo na construção de mais infraestruturas sociais e económicas, visando promover um desenvolvimento inclusivo.

A referência que Filipe Nyusi, que é também presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) fez hoje ao tema da corrupção, sucede a outras intervenções públicas que já fez sobre o tema, numa altura em que o assunto está na ordem do dia em Moçambique, após o escândalo das dívidas ocultas do Estado.

As dívidas estão relacionadas com empréstimos de 2,2 mil milhões de dólares que o anterior Governo moçambicano avalizou secretamente a favor de empresas públicas de segurança marítima e pescas.

A justiça moçambicana e a norte-americana consideram que parte do dinheiro foi usado num vasto esquema de fraude, corrupção e enriquecimento ilícito.

Durante o julgamento que decorre em Nova Iorque, a acusação norte-americana revelou, há um mês, registos bancários de uma transferência de 10 milhões de dólares de uma subsidiária da Privinvest, estaleiros navais envolvida no escândalo, para a Frelimo, em quatro tranches, em 2014.

Em reação, o porta-voz do partido anunciou, na última semana, que "a Frelimo, se for intimada para dar qualquer tipo de posicionamento, oportunamente, irá fazê-lo".

Enquanto nos Estados Unidos da América decorre o julgamento do caso, em Moçambique os arguidos acusados no processo aguardam a decisão do recurso que interpuseram do despacho de pronúncia.

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